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Há produtos que chegam ao mercado para ficar. Outros, de tão
avançados para o seu tempo e incomodarem o mercado, acabam mexendo com a
concorrência e tornam-se responsáveis ou, no mínimo, coadjuvantes de
grandes mudanças no rumo do entretenimento digital.
Nesta categoria, sem dúvida, está a NEC, que, em parceria com a
Hudson Soft (tradicional desenvolvedora de games na época e criadora de
Bomberman), lançou, em 1987, o PC Engine, um console pequeno, mas muito
poderoso para a época. Com 14 cm de largura, 14 cm de comprimento e
apenas 3,8 cm de altura, o PC Engine era um videogame de 8 bits, a
exemplo do Nintendinho, mas trazia gráficos de fazer inveja à geração 16
bits. Por ser pequenino, branquinho e com aparência frágil, parecia
mais um acessório do que um videogame. O próprio controle, que vinha com
o direcionador em cruz e dois botões (ao estilo Nintendinho), era da
largura do console.
PC EngineEmbora o fabricante tenha usado uma CPU CPU
8-bits HuC6280A, o PC Engine usava um sistema com dois processadores
gráficos de 16 bits cada. Com isso, se colocássemos o PC Engine lado a
lado com um Nintendinho 8 bits, mesmo tendo apenas saída RF, os gráficos
eram infinitamente melhores. Para que ele ficasse ainda melhor, era
preciso comprar um acessório, chamado AV Booster, que permitia conectar o
console em entradas de vídeo composto.
PC Engine GameOutro detalhe impressionante do PC
Engine era o sistema de jogos. Em vez dos habituais cartuchos, ele
utilizava HuCards, que nos Estados Unidos foram chamados de TurboChips. A
Hudson Soft, na verdade, trouxe essa ideia do MSX e até mesmo o Master
System tinha entrada para este tipo de mídia, mas, como os cartuchos
tornaram-se mais populares, a Sega abandonou o padrão já no Master
System II. Do tamanho de um cartão de crédito, só que um pouco mais
grosso, o hucard não só permitia rodar jogos, como também fazer
sobreposição de BIOS nos cartões, uma vez que se lia a BIOS do cartão em
vez da do aparelho. Com isso, era possível fazer aumentos de RAM e
mesmo truques de programação como a implantação de um sistema de
arquivos rápidos para minimizar loadings do CD, entre outras coisas.
HucardsEstranhamente, o PC Engine só tinha uma porta
de entrada para joystick. No entanto, o cliente poderia comprar, à
parte, um acessório chamado Multitap (TurboTap nos EUA), que permitia
que até cinco pessoas jogassem ao mesmo tempo.
Como era bem superior
ao Nintendinho e ao Master System no Japão, a NEC resolveu aventurar-se
no mercado norte-americano. Por lá, no entanto, em vez de simplesmente
traduzir as instruções e embalagem para o inglês, a empresa fez uma
mudança geral do PC Engine e o lançou nos Estados Unidos, em 1989, com o
nome Turbografx 16. Embora, por dentro, fosse a mesma coisa, por fora a
mudança no visual foi radical.
Turbografx
Ele era muito maior que o PC Engine japonês (praticamente o dobro do
tamanho), só que não trazia qualquer recurso a mais. A empresa adotou a
cor preta, com uma tampa traseira na qual escondia o conector para
unidade de CD (da qual falaremos a seguir) e os cabos de conexão. Um
outro acessório, chamado TurboBoost, podia ser encaixado na parte
traseira para melhorar a qualidade do som. Os Hucards eram iguaizinhos,
mas a versão japonesa não rodava na americana e vice-versa.
O PC
Engine se deu muito bem no mercado japonês, superando até mesmo o Mega
Drive, mas nos Estados Unidos não teve, nem de longe, o mesmo sucesso.
Um dos motivos foi que a NEC não levou grande parte dos jogos para a
América porque alguns desenvolvedores tinham contratos de exclusividade
com a Nintendo fora do Japão.
Mas NEC não desistiu e lançou, nos anos seguintes, vários modelos da
linha PC Engine. O grande trunfo da empresa foi a criação de um módulo
para rodar jogos em CD e mais tarde, anunciou consoles híbridos, que
recebiam tanto cartões quanto CDs.
Outros consoles e acessórios Core Grafx I e II - 1989 e 1991
Em 1989, a NEC lançou o Core Grafx I, uma versão melhorada do PC
Engine. Com visual muito semelhante, a diferença é que, desta vez, ele
já vinha com saída AV nativa e controles com a função turbo. Ele tinha a
cor cinza escuro, com detalhes em azul. Mais tarde, já em 1991, foi
lançado o Core Grafx II, que era idêntico ao Core Grafx I, com mudanças
apenas visuais. Desta vez, ele era cinza claro, com detalhes em laranja.
A diferença, na época, é que ele era bem mais barato.
PC Engine CD-ROM - 1988
Criado em 1988, mas somente lançado como produto em 1989, em
um período que jamais falou-se em CD como armazenador de dados, o PC
Engine CD-ROM era uma revolução no modo de jogar videogame. Com
capacidade de 540 Mb, um único disco poderia gravar dezenas de jogos de
hucards. As desenvolvedoras também poderiam criar títulos sem se
preocupar com espaço, como era o caso dos RPGs. No entanto, o PC Engine
CD-ROM não era um console, mas sim um acessório. Por meio de um
adaptador, chamado PC-Engine Interface Unit CD-Rom System, era possível
conectar o PC Engine, Core Grafx I ou II de um lado e o CD-ROM de outro.
Esse adaptador trazia memória extra e era preciso também usar um cartão
chamado Super System Card, que serveria para salvar os dados dos jogos e
turbinar a memória do aparelho. A vendas foram ruins pelo preço alto de
péssima estratégia de marketing.
Turbo CD - 1989
Seguindo a mesma linha do PC Engine CD-ROM japonês, o Turbo
CD era uma unidade leitora de CDs vendida à parte que permitia ao
Turbografx-16 aceitar jogos em CDs. Como o console era bem maior que a
versão oriental, em vez de a unidade de CD ficar ao lado do console, ela
era encaixada na parte traseira do aparelho. Para isso, bastava retirar
a tampa protetora e encaixar o console em um docking station projetado
especialmente para adaptar o Turbo CD ao console. Da mesma forma, era
preciso colocar no aparelho o System Card para que fosse possível rodar e
salvar alguns dados de jogos em CDs. O problema é que, como no Japão, o
Turbo CD era muito caro nos Estados Unidos. Enquanto o console sozinho
custava cerca de 190 dólares, o Turbo CD não ficava por menos que 400
dólares.
PC Engine Duo - 1991
Lançado em 1991 na cor cinza escuro com botões roxos, o PC Engine
Duo nada mais era que a união, em um só esquipamento, do PC Engine
tradicional e do módulo CD-ROM. A empresa, portanto, tinha um produto
que não era mais um Frankstein que precisava de um acessório extra para
rodar CDs. Com um visual bem moderno para a época, o PC Engine Duo
trazia já embutido na placa-mãe o Super System Card, o que dava 192 Kb
extras de memória para turbinar os jogos e gravar dados. Ele rodava não
só os hucards, como também CDs e Super CDs. O controle seguia o padrão
do PC Engine, com dois botões. Nos Estados Unidos, ele chegou em 1992
com o nome TurboDuo, também na cor cinza escuro, só que com botões
pretos.
PC Engine Duo-R - 1993
Lançado em 1993, o PC Engine Duo-R era praticamente a mesma
coisa que o Duo por dentro, só que adotou um visual mais arredondado,
vinha na cor branca com botão branco e era mais barato. Não trazia mais a
trava que impedia que a tampa fosse aberta acidentalmente. O controle
continuava sendo o modelo padrão com dois botões.
PC Engine Duo – RX - 1994Lançado
em 1994, o PC Engine Duo-RX era praticamente idêntico ao PC Engine
Duo-R. No visual, as sutis diferenças estão na cor do botão de abrir a
também do CD, que agora era azul, e na logomarca (que agora saía da
posição inferior central para a superior à esquerda). A mudança maior
ficou por conta do controle. Enquanto o controle dos consoles anteriores
da NEC traziam apenas dois botões, no PC Engine Duo-RX o controle vinha
com seis botões, os quais eram muito parecidos com o do NEC PCFX.
Oficialmente, o Duo-RX foi o último console da família PC Engine
fabricado.
Super Grafx - 1989
O Super Grafx, lançado em 1989, foi a tentativa da NEC em lançar um
videogame superior que usasse apenas os hucards. Foi uma decisão
incoerente, uma vez que, no mesmo ano, a empresa lançou uma unidade de
CD-ROM, focada em jogos em CDs. Além do visual radical, totalmente
diferente do PC Engine, por dentro ele tinha quatro vezes mais memória
RAM e VRAM, além de uma GPU a mais para rodar gráficos mais poderosos.
Só que esses jogos deveriam ser produzidos com essas instruções, o que
não animou muito oS desenvolvedores. Apenas seis títulos foram lançados,
a um custo de 110 dólares por jogo. Além dos games especiais, o console
era compatível com jogos normais. A ideia não deu certo e a empresa
decidiu investir apenas nos consoles com CD-ROMs.
Pc Engine Shuttle - 1989
Com visual de nave alienígena, o PC Engine Shuttle, lançado em 1989
apenas no Japão, foi uma edição especial do PC Engine que, por dentro,
não trazia qualquer mudança significativa. Ele era compatível com todos
os cartões de jogos do PC Engine, só que sua desvantagem é que, devido
ao formato, não era possível conectá-lo à unidade de CD-ROM. Uma
vantagem é que, em vez de saída RF, ele vinha com conector para saída de
áudio e vídeo, muito parecido com a saída do Mega Drive. O produto foi
um fracasso de vendas, o que acabou refletindo na sua raridade atual nas
coleções de videogames.
PC Engine GT ou Turboxpress - 1990 e 1991
Com o sucesso do Gameboy no Japão, lançado em 1989, a NEC
encorajou-se e lançou o PC Engine GT em 1990, que nos Estados Unidos foi
batizado de TurboExpress, em 1991. O aparelho era infinitamente
superior ao Gameboy, tanto nos gráficos quanto no som. Isso porque ele
era um PC Engine completo, com a diferença que tinha uma tela de LCD de
2,6” com luz própria, deixando-o ainda mais bonito. O problema é que o
consumo de pilhas era altíssimo; seis pilhass AA eram sugadas em menos
de 3 horas. Numa época na qual não havia pilhas recarregáveis como
agora, a brincadeira ficava muito cara. Só para ter uma idéia, o Gameboy
usava apenas duas pilhas, que duravam por volta de 20 horas.
Uma
grande vantagem é que o jogador que já tivesse o console PC Engine
poderia utilizar todos os cartões de jogos sem problema algum. No
entanto, em alguns títulos, os personagens ficavam muito pequenos para
uma tela portátil. Um acessório, também adotado pelo Sega Game Gear,
permitia sintonizar TV aberta no videogame.
A raridade desse portátil
nos tempos atuais mostra que ele não foi tão bem nas vendas. Na época,
ele custava em torno de 300 dólares, enquanto o Nintendo Gameboy saía
por 100 dólares.
Super CD-ROM - 1991
O PC Engine Super CD-ROM foi uma evolução da primeira versão.
Desenhado para rodar com o Core Grafx II, ele permitiu, também, conectar
outros consoles que não se encaixavam no PC-Engine Interface Unit sem a
ajuda do acessório RAU-30, como o Super Grafx.
Com design mais
moderno, permitia rodar jogos em CD, mas continuava precisando dos
system cards não só para turbinar os gráficos, mas também salvar dados
dos games.
PC Engine LT - 1992
O PC Engine LT, lançado em 1992, no Japão, talvez seja um dos mais
raros e caros consoles da NEC na atualidade. Do mesmo tamanho do PC
Engine e do Core Grafx, ele trazia como diferencial uma tela de cristal
líquido de 4 polegadas. Com isso, ele ficava com a cara de um
micronotebook que trazia não só o próprio videogame com entrada para
hucards, como também o controle embutido e, pasme, um sintonizador de
TV. Na parte de trás, havia uma antena interna para melhorar a recepção
dos canais.
Diferente do PC Engine GT, o LT permitia, por meio de um
acessório, conectá-lo à unidade de CD-ROM para aproveitar os jogos em
CD. Com isso, ele deixa de ser portátil. Por isso mesmo, ele traz uma
saída extra para conectar um ou vários controles de PC Engine.
Como
era extremamente caro na época, as vendas do PC Engine LT foram
inexpressivas, o que o tornou muito valioso para os colecionadores hoje
em dia.
PC-FX - 1994
Com jeitão de gabinete de computador, só que bem menor, o PC-FX foi a
aposta da NEC no mercado de videogames de 32 bits. Feito para brigar
com o Sega Saturno, 3DO e Sony Playstation, por dentro era uma
supermáquina, mas não propriamente para games. Trazia processador NEC
V810 RISC (32 bit) com velocidade de 21,5 MHZ, 2 MB de memória RAM, 1.25
MB de VRAM, 1 MB de memória para guardar dados, entre outros.
O
problema é que esse potencial era bem eficiente para uma central
multimídia. Ele permitia abrir fotos e ouvir músicas de CD, mas os
gráficos de games eram equiparados aos do SNES. Alguns diferenciais era o
controle de seis botões, similar ao do Duo-RX, além das três portas de
expansão, que poderia ser usadas para conectar o mouse, alguma unidade
de armazenamento ou adptador SCSI. Sua raridade mostra que o PC-FX não
foi bem nas vendas. O console era caro ( cerca de 500 dólares) e, ao
todo, só foram lançados 62 jogos para ele.
*informações via: olhar digital
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