A evolução dos cartuchos de videogame (Foto: Taringa.net)
Os primeiros
aparelhos eletrônicos que poderiam ser considerados videogames nada mais
eram do que máquinas de um título só, como o clássico TeleJogo. Às
vezes elas até traziam variações, mas no fundo, havia um número limitado
de jogos atrelado àquela máquina. Comprar novos títulos significava
comprar outro videogame.
O Magnavox Odyssey,
apresentado em 1972, foi o primeiro a trazer a ideia de cartuchos com
jogos diferentes. No entanto, os cartuchos em si não tinham dados, eles
apenas ativavam certas “lógicas” dentro do videogame pelos seus
conectores. Como os gráficos eram extremamente rudimentares, meros
quadrados luminosos, ele ainda vinha com imagens transparentes para
sobrepor na sua TV.
Algum tempo depois,
em 1976, a Fairchild Semiconductor lançou o Fairchild Channel F, o
primeiro videogame que tinha cartuchos com jogos diferentes de verdade.
Foi o início dos arquivos que conhecemos hoje como “ROM”s, que nada mais
são que a sigla para “Read Only Memory”, ou em português, “memória
apenas de leitura”.
Rapidamente, a
Atari aproveitou a ideia e lançou seu primeiro videogame, o Atari 2600,
ou Atari VCS (Video Computer System). Em conjunto com a Activision, a empresa criou
obras incríveis, tornando o console muito popular. No entanto, isso não
evitou que ele fosse devastado pelo crash de 1983 na indústria de
jogos.
Atari 2600 e seus cartuchos se tornaram populares (Foto: 4players.de)
Neste mesmo ano
nascia o Nintendo 8 Bits, que só seria lançado em 1985 nos Estados
Unidos. Seus cartuchos eram mais evoluídos que os do Atari e suportavam
mais dados, o que, em conjunto com o hardware superior do próprio
console, deu origem a jogos mais evoluídos.
Também foi nessa
época que surgiu o primeiro cartucho com bateria interna, que não apenas
lia a informação presente, mas também salvava os dados do jogador. A
novidade foi apresentada com uma grande aventura, que perdura até hoje,
The Legend of Zelda.
Basicamente, a
partir daí, os cartuchos passaram a evoluir apenas em capacidade.
Consoles como o Super Nintendo, de 1991, e o Mega Drive, de 1989, eram
evoluções naturais do Nintendo 8 Bits, e seu concorrente, o Master
System, de 1986.
Logo mais funções
começaram a ser atreladas aos cartuchos. Chips como o Super FX permitiam
que o Super Nintendo gerasse os gráficos 3D de Star Fox. Outros vinham
com entradas para linha telefônica e conectavam os videogames à
Internet, como o Mega Net.
Star Fox com o Super FX e o cartucho Mega Net (Foto: Oldiesrising.com)
No entanto, era
aparente que a evolução não seria através de cartuchos. Sega e Nintendo
já começavam a cogitar a mídia ótica como uma possibilidade futura. A
Sega lançou o Sega CD como um acessório do Mega Drive e mais tarde
seguiu o caminho da mídia ótica com o Sega Saturno.
A Nintendo havia
planejado um periférico semelhante para o Super Nintendo, em parceria
com a Sony, mas acabou desistindo. Mais tarde, este projeto viria a se
tornar o primeiro PlayStation. Para seu próximo console, o Nintendo 64, a
empresa optou por manter os cartuchos, escolha que muitos consideraram
ser um grande erro devido aos altos custos.
Poderíamos imaginar
que este foi o fim dos cartuchos, tornando-se obsoletos frente a uma
nova tecnologia, como tantas outras. Porém, outro mercado encontrou
grande utilidade neles e os utiliza até hoje: o mercado de videogames
portáteis.
O primeiro
videogame portátil a utilizar cartuchos foi o Microvision, em 1979, que
tinha cartuchos tão grandes que eles vinham com suas próprias telas!
Porém, foi a Nintendo quem realmente os popularizou com o clássico
GameBoy. Os cartuchos continuaram sendo usados no GameBoy Color e
GameBoy Advance.
Cartucho do Microvision impressionava por ser sua própria tela (Foto: Reprodução)
Porém, quando a empresa anunciou que o Nintendo DS também
utilizaria cartuchos, enquanto a Sony apostaria na mídia ótica com o
PSP, muitos acharam que a história se repetiria. Curiosamente, os
cartuchos se provaram mais úteis em portáteis, sendo mais fáceis de
transportar e por consumirem menos energia.
Hoje, tanto o Nintendo 3DS quanto
o PlayStation Vita, sucessor do PSP, utilizam versões bem avançadas dos
clássicos cartuchos. Mas a história também não acaba aqui, já que a
mídia digital já vem batendo à porta, com portáteis que baixam seus
jogos diretamente da Internet.
informações: techtudo
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